quarta-feira, 6 de junho de 2012

Crise financeira na Europa relacionada com corrupção





A ligação entre a crise financeira e a corrupção é apontada num relatório da organização Transparência Internacional. Grécia, Itália, Portugal e Espanha são os que menos se esforçam para combater a situação.

«Dinheiro, Política e Poder: Riscos de Corrupção na Europa» é o relatório, apresentado esta quarta-feira, em Bruxelas, que destaca que as estreitas ligações entre as empresas e os governos favorecem o abuso de poder, o desvio de fundos e a fraude, pondo a estabilidade económica em causa. 

No documento, a organização diz ter detetado "uma forte correlação entre a corrupção e os défices fiscais". 

O relatório detetou «uma forte correlação entre a corrupção e os défices fiscais», numa análise às práticas anticorrupção de 25 países - os 27 Estados-membros da UE menos Áustria, Chipre, Luxemburgo e Malta, que inclui também a Noruega e a Suíça.

O mesmo estudo concluiu que Grécia, Itália, Portugal e Espanha lideram a lista de países «com sérios défices nos seus sistemas de integridade». 

Segundo inquéritos realizados na Europa, citados pelo relatório, 74 por cento dos europeus considera que a corrupção é um grande problema nos seus países e muitos governos não são suficientemente responsabilizados pelas suas finanças públicas e por contratos que representam valores anuais de 1,8 biliões de euros na UE. 

Só dois países protegem adequadamente os denunciantes de eventuais retaliações, enquanto 17 países não têm código de conduta para os deputados. 

O acesso à informação está na lei, na maioria dos países estudados, mas enfrenta obstáculos em 20 países: taxas excessivas (Irlanda), longos atrasos (República Checa, Portugal, Eslovénia, Suécia) ou falta de conhecimentos sobre a legislação relativa ao acesso à informação (Alemanha, Portugal e Suíça). 

Segundo o relatório, a Dinamarca, a Noruega e a Suécia são os países mais protegidos contra a corrupção. No caso de alguns países da Europa de Leste - República Checa, Hungria e Eslováquia, houve uma grande redução da corrupção desde que aderiram à UE. 


Retirado de: http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=335160

Queiroz: «Tentaram transformar a selecção num circo em 2010»



As palavras de Manuel José não surtiram efeito em Carlos Queiroz, que afirmou que em 2010, quando era o seleccionador nacional, «tentaram transformar a selecção num circo».

«Não me surpreende que as declarações do Manuel José possam ter fundamento porque eu próprio me confrontei com uma tentativa, muitas vezes absurda e até ridícula, de transformar a selecção num circo. Por exemplo, uma das iniciativas que me foi proposta antes do Mundial era a de eu escolher 22 jogadores e o 23.º jogador é escolhido pelo povo. ´E fazemos aqui uma festa gira, jeitosa, pomos a malta toda a votar´», afirmou Queiroz à TSF, dando a entender que foi demitido por não ter alinhado nas propostas sugeridas.
O técnico falou com o presidente da FPF, Gilberto Madaíl, do perigo de determinadas acções, «que eram prejudiciais» para Portugal, com o dirigente a dizer que Queiroz estava a meter-se com pessoas muito fortes.
«Como me opus, mais tarde ele disse-me que essas pessoas estavam a dizer que eu tinha de ir embora.»

Carlos Queiroz diz que declarações de Manuel José têm fundamento




O antigo seleccionador Carlos Queiroz, afirmou em declarações à TSF que as declarações do treinador Manuel José, têm fundamento, e que também ele foi confrontado com uma tentativa de transformar a selecção num circo.
«Não me surpreende que as declarações do Manuel José possam ter fundamento, porque eu próprio me confrontei com uma tentativa muitas vezes absurda e até ridícula de exactamente transformar a selecção num circo», afirmou Carlos Queiroz, em declarações à rádio TSF.

Conforme relatou o antigo seleccionador, «Não me surpreende que as declarações do Manuel José possam ter fundamento, porque eu próprio me confrontei com uma tentativa muitas vezes absurda e até ridícula de exactamente transformar a selecção num circo», contou.

Recorde-se que ontem, terça-feira, o treinador Manuel José criticou a forma como tem decorrido a preparação de Portugal para o Euro 2012, qualificando-a como «um circo autêntico».

«Isto parece um circo à volta da selecção. Fiquei com a ideia no jogo com a Turquia que estavam a transmitir imagens de jogadores a serem massajados. Isto não pode acontecer de forma nenhuma. Parece o Big Brother.», apontou Manuel José.

'Temos que tirar a vontade de jogar ao Cristiano'





Khedira falou de um método para os alemães anularem o capitão português.


A três dias de pisar o relvado com Portugal, os alemães continuam a preparar-se para neutralizar as forças da selecção nacional. Forças que têm a sua principal arma em Cristiano Ronaldo, para quem Sami Khedira, seu colega de equipa no Real Madrid, sugeriu uma fórmula: marcação cerrada, fechar os espaços e tirar-lhe a vontade de jogar.

O internacional germânico, uma das referências da mannschaaft no seu meio campo, abordou esta quarta-feira a partida de sábado entre Portugal e Alemanha, que vai inaugurar as partidas no grupo B do Europeu.

Ao ser questionado sobre Cristiano Ronaldo, o médio alemão frisou que o capitão da selecção «é português e todos os portugueses não funcionam sem vontade». Em declarações ao Sport Bild, citadas pelo desportivo Marca, Khedira atirou depois com a fórmula para apagar a influência do avançado do Real Madrid no jogo da selecção portuguesa.

«Há que marcá-lo desde perto, fechar-lhe os espaços e, sobretudo, tirar-lhe a vontade de jogar», explicou.

Sami Khedira deverá ser um dos titulares na dupla de meio campo que a Alemanha deverá apresentar frente a Portugal.

Ao seu lado estaria, por norma, Bastian Schweinsteiger, mas o médio do Bayern de Munique está a recuperar de uma lesão, o que poderá abrir caminho a Toni Kroos, seu colega de equipa nos bávaros.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Tribunal determina suspensão de comentários no blogue dos Precários Inflexíveis



O movimento Precários Inflexíveis, criado por jovens trabalhadores precários, recebeu uma ordem judicial para ocultar do seu blogue vários comentários que imputavam alegadas ilegalidades a uma empresa de marketing.


A empresa que moveu a providência cautelar nas Varas Cíveis de Lisboa, denominada Ambição International Marketing, alega que tais comentários criaram dificuldades acrescidas no recrutamento de novos profissionais. 

Os comentários surgiram na sequência de um postpublicado a 10 de Maio de 2011, em que uma utilizadora do blogue se dizia burlada por uma empresa de marketing, a Axes Market, para a qual terá trabalhado sem ter chegado a receber qualquer remuneração. Nos 360 comentários que se lhe seguiram, eram muitos os que apontavam práticas semelhantes à Ambição Internacional Marketing, acusando-a de práticas fraudulentas e desonestas.

Apesar de reconhecer o “direito fundamental de liberdade de expressão e informação, cujo exercício não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura”, o tribunal sustenta que “tal direito de informação e crítica não é ilimitado”, na medida em que colide com o direito que os visados têm “a ver respeitada a sua honra”. Conjugados os dois lados da questão, o tribunal considerou excessivo o pedido da empresa para que tais comentários fossem eliminados. Mas determinou a “suspensão ou ocultação” dos mesmos, estipulando uma multa de 50 euros por cada dia de atraso no cumprimento desta decisão. 

Ao PÚBLICO, João Camargo, dos Precários Inflexíveis, sustentou que a decisão judicial “tem várias falhas processuais” e “é contrária aos princípios do Estado democrático”. “O que as pessoas [autores dos comentários] fizeram foi expor várias ilegalidades. E o tribunal, em vez de analisar se há ali matéria para actuar, determina que é preciso esconder tais comentários”, indignou-se.


Tirada de: http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/tribunal-determina-suspensao-de-comentarios-no-blogue-dos-precarios-inflexiveis--1547182

Explicado o azul perfeito da arara-escarlate


A arara-escarlate tem pigmentos que dão a cor vermelha e amarela, mas o azul tem outra origemTravis Isaacs 
 Há o azul do mar e do céu, e há o da vida. A evolução brinca e, durante milhões de anos, as estruturas e os pigmentos aperfeiçoam-se e as cores nascem. Por isso, há o azul dos olhos, das flores do jacarandá e da arara-escarlate. Uma equipa da Universidade de Fudan, em Xangai, estudou a estrutura das penas responsável pela cor desta ave e conseguiu imitá-la utilizando um modelo matemático baseado no silício. A explicação de como aparece este azul perfeito vem num artigo na edição desta semana da revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Science.

A arara-escarlate, também conhecida como Ara macao, vive nas regiões tropicais da América Central e América do Sul. Tem penas vermelhas, que lhe dão o nome, amarelas e azuis, não iridescentes, que se parecem com a rocha lápis-lazúli. É uma ave “grande e talvez a mais magnífica das espécies de araras”, diz o artigo, também assinado por Eli Yablonovitch, da Universidade de Berkeley, na Califórnia.


Tanto a cor das penas vermelhas como a das amarelas deve-se a pigmentos. O azul é diferente. A equipa descobriu que esta cor nasce de uma estrutura que fica nas barbas de certas penas desta ave. As barbas são os filamentos que crescem a partir da estrutura central da pena, a raque.


A equipa fez um corte transversal de uma barba e observou o corte ao microscópio electrónico. Viu uma estrutura esponjosa e porosa feita de bastonetes alongados todos ligados uns aos outros. O diâmetro destes bastonetes é de 85 a 120 nanómetros (cerca de mil vezes mais pequeno do que a espessura média de um cabelo). Esta estrutura, feita de queratina, é a responsável pela cor azul. 


Depois, a equipa conseguiu recriar esta estrutura tridimensional utilizando um modelo matemático feito a partir da estrutura atómica do silício. Para perceber qual seria a forma da estrutura que daria uma cor óptima, os investigadores aumentaram e diminuíram a quantidade do silício em relação à proporção da região porosa, que é oca e dá uma cor escura à pena. 


Chegaram à conclusão de que, para o tamanho destes bastonetes, uma proporção de 40% de silício seria o ideal para a máxima reflexão da cor. Nas penas da arara, esta proporção é de 38%, muito próximo do valor óptimo. “A adopção desta fracção dos bastonetes para alcançar o brilho máximo da cor azul é uma optimização não trivial. Aparentemente, é o resultado da evolução natural”, defende o artigo. 


As barbas azuis (em cima à esquerda); um corte das barbas ao microscópio óptico (em cima no meio); e ao microscópio electrónico (em cima à direita). A estrutura de queratina (em baixo à esquerda); e a estrutura artificial de silício (em baixo à direita)Haiwei Yin et al


Tirado de: http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/explicado-o-azul-perfeito-da-araraescarlate-1547154

sábado, 19 de maio de 2012

Homem executado no Texas afinal estava inocente


Carlos DeLuna foi preso pelo assassinato de Wanda Lopez, julgado e condenado à morte. Seis anos depois do julgamento, foi executado. Esta segunda-feira, uma publicação académica desmontou o caso e provou que o Estado norte-americano do Texas executou um inocente.


Em fevereiro de 1983, Carlos DeLuna foi acusado de esfaquear até à morte, com uma faca de caça, uma mulher que trabalhava num posto de gasolina na cidade de Corpus Christi, no Texas.
Agora, pouco mais de 29 anos depois, a "Columbia Human Rights Law Review", da Faculdade de Direito da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da América, voltou a estudar o caso e concluiu que Carlos DeLuna era inocente.
O professor James Liebman, juntamente com 12 estudantes da Universidade de Columbia, publicaram um documento, com o título "O homónimo Carlos: Anatomia de uma execução injusta", que desmonta - passo a passo - a história de Carlos até chegar à conclusão controversa de que se executou um inocente.
A cena do crime, as gravações da cobertura feita pela comunicação social, os interrogatórios a Carlos ou a aplicação de leis no Estado do Texas são alguns dos elementos que fazem parte das pesquisas.
Há cerca de seis anos, um dos nove juízes do Supremo Tribunal de Justiça dos EUA, Antonin Scalia, defensor na pena de morte, disse que "não há um único caso em que uma pessoa tenha sida executada por um crime que não cometeu".
A investigação do caso de Carlos vem provar que a declaração não é verdadeira.

A história do crime
O processo inicial do crime conta que Wanda Lopez foi surpreendida no seu estabelecimento de emprego por um homem mexicano com uma faca e ligou, imediatamente, para a polícia.
Quando a polícia chegou ao local, Wanda encontrava-se já sem vida, com feridas que haviam perfurado o seu pulmão e causado uma morte muito rápida.
Uma testemunha descreveu Carlos DeLuna como o assassino e este foi preso em menos de uma hora após o crime. A mesma testemunha, 20 anos depois, confessou não estar certa da identificação feita, uma vez que considerava "difícil identificar os hispânicos".
Desde o momento em que foi preso até que foi executado, Carlos alegou que era inocente e chegou a avançar com o nome do verdadeiro assassino: Carlos Hernandez.

O Carlos errado
Carlos DeLuna e Carlos Hernandez tinham, na altura, uma semelhança física que levava à confusão entre os dois.
DeLuna, durante o julgamento, disse ao júri que no dia do crime se encontrava com Hernandez, pessoa que conhecia há cinco anos. Os dois homens, que viviam no sul da cidade de Corpus Christi, estavam num bar.
Nesse dia, Hernandez aproximou-se de um posto de gasolina para comprar alguma coisa e quando DeLuna viu que o primeiro não voltava, foi ao seu encontro para verificar se algo se passava.
Carlos DeLuna descreveu ao júri que viu Hernandez a lutar com uma mulher atrás do balcão. Assustou-se e saiu a correr, com medo de repercussões, uma vez que o seu registo não estava limpo, devido a crimes sexuais dos quais era já acusado.
Quando ouviu as sirenes de viaturas policiais a dirigirem-se para o posto de gasolina, escondeu-se debaixo de um camião, onde, 40 minutos após o crime, foi preso.

A verdade atrás da confusão
A versão de DeLuna foi ridicularizada pelos promotores do caso que chegaram a concluir que Hernandez era uma invenção de DeLuna.
Foram feitos vários recursos por parte da defesa de Carlos DeLuna, mas este não foi poupado da execução.
O professor James Liebman começou a investigar o caso quatro anos depois da execução do DeLuna. Imediatamente, descobriu que Hernandez existia.
Com a ajuda dos 12 estudantes da Universidade de Columbia, construíram um perfil de um alcoólico com histórias de violência associadas, sempre acompanhadas de uma faca de caça.

Um informador da polícia
Ao longo dos anos, Hernandez foi preso 39 vezes, 13 delas por estar na posse uma faca, mas passou toda a sua vida adulta em liberdade condicional.
O professor Liebman acredita que Hernandez foi usado como informador da polícia durante todos estes anos, o que o poupou à prisão.
Em outubro de 1989, apenas dois meses antes de DeLuna ser executado, Hernandez foi condenado a 10 anos de prisão por tentar matar com uma faca uma outra mulher chamada Dina Ybanez.
Ainda assim, ninguém pensou em alertar os tribunais ou o Estado do Texas para reabrir o caso de DeLuna.
Hernandez chegou a confessar a culpa da morte de Wanda Lopez, em brincadeiras com amigos e família.
Agora, 29 anos depois, Liebman espera que seu trabalho encorage os americanos a pensar mais profundamente sobre a pena de morte.


Tirado de: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=2519512&page=-1